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    Vazamento de dados do Credit Suisse revela fortuna de mais de US$ 100 bilhões em nome de traficantes, políticos e espiões

    Clientes com origens e fontes de receita diversas em mais de 30 mil contas secretas reforçam incoerência do sistema bancário suíço

    Fachada do banco Credit Suisse (Foto: REUTERS/Arnd Wiegmann)

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    247 - Em um escândalo sem precedentes, o Credit Suisse teve revelada por um consórcio de jornalistas do mundo todo uma fortuna de mais de US$ 100 bilhões em nome de personalidades suspeitas, como traficantes, políticos corruptos, torturadores, espiões e até representantes do Vaticano de diferentes nacionalidades e com diversas fontes de receitas.

    A publicação dos nomes aconteceu neste domingo (20) pelo Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), sob o comando do jornal alemão Süddeutsche Zeitung. 160 jornalistas de 48 meios de comunicação analisaram os dados nos últimos meses, noticiou o jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL.

    O vazamento “expõe a incoerência do sistema bancário suíço e aumenta a pressão para que um ponto final seja dado ao uso das instituições do país europeu para a lavagem de dinheiro”, escreve Jamil Chade. O Credit Suisse é um dos maiores bancos do mundo, com ativos de US$ 1,5 trilhão.

    “Nos dados obtidos pelos jornalistas, são mais de 30 mil contas secretas, incluindo o chefe da espionagem do Iemen, acusado de tortura, filhos de ditadores, traficantes de seres humanos, políticos corruptos e funcionários públicos acusados de desviar milhões de dólares da receita do petróleo venezuelano”, descreve o jornalista. Há ainda autoridades ligadas aos governos de Angola e Quênia.

    Entre os correntistas descobertos, estão um traficante de pessoas condenado nas Filipinas, um chefe da bolsa de Hong Kong preso por suborno e um bilionário egípcio que ordenou o assassinato de sua namorada, uma libanesa estrela do pop. Outros clientes incluem numerosos chefes de estado e de governo, ministros e agentes de inteligência, bem como oligarcas e empresários de reputação duvidosa, segundo a apuração, segundo a Deutsche Welle.

    O banco respondeu às alegações indicando que gestão de risco estava “no centro” de sua ação. “Embora se recusasse a discutir clientes individuais, o banco disse que eles eram "predominantemente históricos" e que uma "maioria esmagadora" de contas problemáticas identificadas por jornalistas "estão hoje fechadas ou estavam em processo de fechamento antes do recebimento das consultas da imprensa".

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